sexta-feira, 16 de setembro de 2011

O que falta no Brasil é meritocracia


Um país continental com uma população de quase 200 milhões de pessoas e recursos naturais incomparáveis. Esse é o Brasil. Nesse texto você não encontrará aquele velho lenga-lenga pessimista perguntando “que país é esse?”, aliás, lenga-lenga plenamente justificável. O objetivo desse post é fazer uma crítica sobre a mania que a esquerda tem de transformar quase todo mundo em coitadinho e impedir que possam ser de alguma maneira punidos, provados ou testados.
Digo a esquerda, porque não apenas esse governo, mas a intelligentsia, ou como acho mais preciso chamar, a desintelligentsia, que consiste na nossa casta de intelectuais míopes e pretensamente libertários tem difundido certas práticas muito erradas que só tendem a perpetuar situações muito ruins de subdesenvolvimento em nosso país.
Sobre isso eu digo a falta de meritocracia, que em nosso país está a ponte de ser proibida. Se um filho desobedece os pais, coloca fogo na casa, derrama leite no chão, qualquer coisa, não vai mais poder apanhar. Um assassino ou estuprador, todos sabemos dos esforços que o judiciário, o STF e os pretensos “direitos humanos” fazem para colocar logo nas ruas. Um aluno picareta falta, não estuda, ameaça os colegas e adivinha... o professor é obrigado a aprová-lo. Não nos esqueçamos que após aprovar esse aluno que o professor de escola pública não pode punir ainda tem gente perguntando porque a educação tem piorado. Além disso, não nos esqueçamos que usuários de drogas também não podem mais ir para a cadeia. Afinal, o que você tem que fazer para ser punido nesse país? Se você for um policial, um pai ou mãe zeloso, um professor que pretende ensinar ou for contrario ao uso das drogas, aí sim, cuidado, nosso Estado pode puni-lo.
Eduque seu filho e ele vai ser tirado de você, não use drogas e você será o careta que os traficantes vão explorar, reprove os alunos em uma escola pública e você perde o emprego, proteja sua casa de bandidos (coisa que o Estado cada vez faz menos) e o a justiça será feita, você será preso por ter uma arma dentro de casa. Essa última é interessante, estupradores e assassinos além de terem penas ridículas podem fugir em saidões de natal ou dia das mães e voltar a matar ou estuprar, mas se um cidadão de bem tiver um arma e tentar se defender, então ele vai preso, porque o Estado não pode mais nos proteger e também não permite mais que nos protejamos.
Qual é a solução desse “estado de coisas” então? Entregarmos nossas armas, abrirmos nossas portas para os bandidos, ensinar aos nossos filhos que drogas são maravilhosas, colocar nossas filhas e aulas de axé music e explicar a elas que cérebro não faz falta, demolirmos as cadeias e tornamos todos bandidos. Lembremos que o STF, que tem nos brindado com pérolas do “pensamento” libertário, declarou, na boca de um de seus ministros, que bandidos de outrora hoje são heróis. A verdade é essa, se você defende algo que é descente te chamam de falso moralista e te prendem, mas para bandidos, existe sempre alguma medalha. Tudo o que é medíocre ou errado é exaltado nesse país, então vamos cruzar os braços e nos tornamos os canalhas que as novelas, universidades e governo querem que sejamos ou...
...ou digamos claramente: Somos conservadores e vamos varrer vocês de nossas vidas. Vamos fazer os bandidos irem pra a cadeia, ficarem lá e não terem direito a saidões. Vamos sim punir nossas crianças. Vamos voltar a prender usuários de drogas ao invés de holandizar esse país permitindo a impensada legalização da maconha, vamos reprovar e expulsar os alunos ruins e vamos sim ter armas em cara para que o que o Estado não conseguir fazer nós façamos. Se o país está assim é porque deixamos a TV e as universidades nos dizerem o que fazer. Está na hora de darmos um basta!

sexta-feira, 10 de junho de 2011

FHC e a legalização da maconha


Mais uma vez FHC demonstrou que tem tino para a política. Após vender a vale do rio doce por preço de banana, privatizar o setor de telecomunicações em operações no mínimo obscuras e chamar os aposentados de vagabundos, FHC resolve apregoar, através de um documentário, que a maconha seja liberada. Nas próprias palavras do ex-presidente, quem não muda de idéia (no tocante a questão das drogas) é “burro”. Ou seja, mais uma vez FHC não consegue articular uma idéia sem ofender quem pensa diferente.
O próximo passo seria qual? Descriminalizar o tráfico? Essas pessoas são geniais demais, não consigo acompanhar o raciocínio, mas vou tentar. Nós soltamos os traficantes, eles investem o capital acumulado em anos de tráfico na indústria legalizada de drogas hoje ilícitas e se tornam os novos empresários da nova indústria farmacêutica do país. Essa idéia é tão genial que apenas fumando um baseado pra entendê-la e para com ela concordar.
O argumento para descriminalizar é: “todo mundo faz, não temos como conter o avanço das drogas”. Lógica fascinante. Vamos aplicar ela em outros casos? O crime de assassinato é comum e só cresce, além disso, as cadeias estão lotadas. Liberemos o assassinato. O estupro sempre cresce, não conseguimos conter esse delito e as cadeias estão lotadas, soltem os estupradores, os assaltantes estão vencendo a guerra contra a polícia e as cadeias estão lotadas, soltem os assaltantes. É uma política bem pragmática essa, estamos perdendo, então vamos deixar de combater. FHC poderia ter dado esse conselho a Churchill quando este resistia às investidas de Hitler contra a Inglaterra. Churchill,é inevitável, você vai perder, deixe os nazistas governarem a Inglaterra. É claro que o primeiro ministro inglês era bem mais corajoso do que a corja de covardes que aplaude de pé nosso ex-presidente, que quando foi o nosso chefe de governo não chegou nem de perto a legalizar a maconha.
Em tempos de crack e oxi, declarar que perdemos a guerra contra as drogas e soltar traficantes não é apenas irresponsável, é criminoso. Faz parte dessa mudança nos valores morais de nosso povo, que décadas de influencia de rede globo não consegue nem mesmo ouvir as palavras moral, bons costumes ou moralismo sem dar um pulo pra trás rejeitando o que não conhece.
Vamos entender então quem deve ficar solto e quem deve ser preso, segundo essa nova moral que nos assola. Se você é um traficante de drogas, deve ser solto, se você é um usuário, deve receber uma medalha por saber viver a vida intensamente, se você der umas palmadas no seu filho porque é desobediente, deve perder a guarda deste (é a genial lei da palmada, que você também precisa fumar um baseado ou ser psicólogo para entender e para concordar com ela), se você for um assassino, mas tiver matado apenas uma pessoa, ou seja, for réu primário, deve responder em liberdade, se você for um religioso e disser publicamente que homossexualismo é pecado, pena de 2 a 5 anos de reclusão. Nesse país, cada vez mais, você só é preso se não estiver matando, roubando, estuprando ou traficando. Isso tudo pode, agora, experimente pensar diferente desse Estado bolchevique.
O engraçado é que tudo isso é típico da esquerda, esse pensamento invertido. Mas ninguém até hoje contou para FHC que ele não é esquerda. Aliás, o ex-presidente e devo acrescentar, ex-sociólogo, tem uma eterna crise de identidade, sempre se considerando esquerda, mas agindo como direita. Nesse momento, porém, não era tempo de agir como esquerda, era tempo de ficar calado, arte que FHC nunca dominou com maestria. Por que essa era a hora de ficar calado?
Com o surgimento do PL122/06, a lei da homofobia, milhões de evangélicos e católicos começaram a ver o PT e a esquerda como anticristãos. Nesse momento, tudo o que o PSDB precisava era esperar colher os frutos, milhões de votos conservadores dando nas urnas o recado de que não acataram o projeto de lei. Era preciso apenas esperar, mas...
...veio o fator THC, perdoem-me leitores, o fator FHC e mandou um recado aos conservadores: “em questões morais, o PSDB é igual ao PT”. Mas o que são milhões de votos para um partido como o PSDB que está tão bem das pernas, não é mesmo? A direita religiosa está em formação nesse país, se o PSDB não souber aproveitar essa ascensão, os religiosos seguirão seu próprio caminho e o PSDB cairá no esquecimento, será uma antiga UDN, partido de quadros, com tantos intelectuais, mas que nunca soube ouvir os verdadeiros anseios do povo. FHC, o povo é conservador, você deu um tiro de canhão no pé.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Transgressores, bandidos ou heróis?



Nesse artigo, estou começando a escrever sem saber bem aonde vai dar. O próprio título que você leu antes de ler o texto só foi escrito no final, depois de eu ter terminado tudo. Isso quer dizer que eu ainda não sei qual é o título. Na verdade, dessa vez o título não importa, o que importa é o desabafo.
Os alemães têm uma expressão, zeitgeist, que quer dizer espírito do tempo, que retrata esse traço da natureza humana de seguir, muitas vezes cegamente, as tendências da época em que se vive. Os romanos também têm uma expressão, o tempora, o mores, que literalmente significa ó tempos (épocas) ó moral.
Qual é o espírito do nosso tempo? O que está tão próximo de nós que não conseguimos enxergar?
Talvez a maior incoerência de nosso tempo seja a pós-modernidade. A pós-modernidade, que a todos critica e a tudo desconstrói, é totalmente incompetente para desconstruir-se a si mesma. Exemplifiquemos.
Os autores pós-modernos fazem constantes elogios a todos os transgressores do planeta, a tudo o que é errado, a quebra de todas as normas. Por outro lado, vêem como inimigos, todas as autoridades e formas de governo. É como se toda a forma de governo fosse opressora.
Gostaria de ser irônico, mas vou direto ao assunto, a pós-modernidade é uma fraude. Se esses pseudo-intelectuais quisessem ser coerentes eles viveriam em uma sociedade criada por eles mesmos. Os hippies eram coerentes, detestavam o sistema e criaram outros micro-sistemas, as comunidades hippies. Já os pós-modernos, que influenciam o “pensamento” da esquerda, querem destruir importantes pilares da nossa sociedade. Vamos aos fatos.
No Brasil, a pós-modernidade se juntou ao que restou do moribundo marxismo para “iluminar” a esquerda. Vejamos o que acontece quando essa salada passa para o mundo real, mais especificamente, para a legislação criminalista.
Por ocasião da invasão do complexo do alemão, uma emissora de TV chamou um advogado criminalista para falar sobre os direitos excessivos dos presos. Vamos fazer uma pergunta óbvia, mas que para os cegos pelo zeitgeist não é tão óbvia assim, por que um estuprador ou um assassino confesso tem direito de sair da cadeia para visitar seus parentes? Alguém poderia explicar para os defensores dessa monstruosidade que a maioria desses presos não volta para a cadeia? É tão difícil entender isso? Bom, para resumir, ao advogado foi perguntado por que a lei permite tal disparate. O advogado criminalista deu duas respostas que infelizmente demonstram os sérios limites de sua formação. Primeiro ele disse que a lei era boa, mas que não era bem aplicada. Com todo o respeito, essa lei não é boa. Essa lei fere o direito das pessoas de bem serem honestas, serem pacíficas. A segunda resposta do advogado também foi bem infeliz, mas é constantemente repetida, como se todos os advogados fossem papagaios: “esse não é o momento de discutirmos sobre isso”.
Nesse momento eu paro de escrever. Coloco a mão em minha cabeça. Olho novamente para o texto. Preciso continuar.
O momento para discutirmos isso é agora! Sempre que um bandido mata uma criança ou comete qualquer outro crime bárbaro e a população exige justiça aparece algum (gostaria de dizer “algum idiota”, mas o texto se tornaria muito passional) pós-moderno, ou alguém dos direitos humanos, ou algum esquerdista, e diz que de cabeça quente não podemos discutir essa legislação.
Por favor, prestem atenção, a nossa lei penal é fraca, é ruim, é deficiente, e a solução é simples. Devemos manter os presos nas cadeias! Qualquer pessoa que não estiver sob efeito de drogas é capaz de entender isso! Perdoem-me o excesso de pontos de exclamação.
Vamos chamar os pós-modernos, os esquerdistas e os protetores dos bandidos genericamente de liberais. Por que os liberais não percebem que devemos aumentar as penas, diminuir a menoridade penal e acabar com os indultos, com todos os indultos, e com os saidões? Não tenho a resposta para essa pergunta.
A solução genial dos liberais é tão fantástica que ninguém, só eles compreendem. Consiste em soltar os bandidos e prender os policiais. É engraçado ver que as duas funções dos integrantes dos direitos humanos no Brasil são soltar bandidos e prender policiais que mataram bandidos. São mesmo genais esses liberais. Eles são os mesmos que defendem a descriminalização das drogas e depois cobram que as autoridades não fazem nada para coibir o avanço delas. Hipócritas! Vocês tiram da polícia o instrumento para agirem, depois reclamam que ela não age e se ela age vocês a denunciam como se nossos policiais, que dão a vida para proteger a liberdade que bandidos como vocês desfrutam, estivessem sempre errados.
Termino com outra pergunta. Vocês já perceberam que os liberais sempre estão do lado errado? Eles são a favor do aborto, e contra a pena de morte. Eles têm misericórdia de um traficante que queimou pessoas vivas, mas não tem mesma piedade por uma criança no ventre de sua mãe. Querem a legalização das drogas, mas reclamam que o Estado não faz nada para evitar sua disseminação ou para coibir seus danos. Querem a todo custo soltar os traficantes da cadeia, e colocar no lugar os policiais que os prenderam. Querem leis mais brandas para assassinos e estupradores, mas defendem que sejam presas pessoas que pensem diferente do credo soviético do governo. Exemplo disso é a lei da homofobia, que prende pessoas que discordem da conduta homossexual. Se essa conduta é certa ou não, não é assunto desse artigo, mas prender os religiosos, padres, pastores, e livres pensadores de forma geral, não é radical demais até para os liberais? Onde colocaríamos essas pessoas? Já sei, haverá muito lugar nas cadeias, depois que os liberais tirarem de lá os elementos de alta periculosidade. Como diria um bom liberal: “tiremos os traficantes, os estupradores e os assassinos das cadeias e coloquemos no lugar os policiais e os religiosos no lugar”.
Esse é o mundo que está sendo criado, um mundo onde tudo é invertido. É nesse mundo, cegado pela pós-modernidade e governado por loucos que vivemos nossas vidas. Até quando? Até quando deixarmos que esses insanos nos digam o que fazer e como viver, até lá, seremos governados pela tirania do relativismo moral.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

As regras existem para serem quebradas. Será?


“As regras existem para serem quebradas”. Eu não sei se em toda a história da humanidade, se entre todas as culturas, se em todas as épocas, alguém já disse uma frase mais idiota do que essa. Perdoem-me meus habituais leitores, não gosto de adjetivos tão diretos e ofensivos, prefiro a ironia, mas essa frase me tira do sério e me faz parar de pensar, apenas reajo.
Pós-modernos de plantão, as vezes as coisas são simples, são óbvias, por vezes o caminho direto é o melhor. Vejamos uma aplicação da irracionalidade (como tudo o que é pós-moderno) dessa afirmação.
Na rua da faculdade em que dou aula, choveu na noite de ontem, o que fez com que caísse um cabo de alta tensão no meio da rua. A defesa civil, os bombeiros e a PM foram chamados para resolver o problema. Uma faixa preta e amarela foi colocada para que as pessoas não passassem para não serem eletrocutadas. Era impressionante, pois era como se a faixa não estivesse ali. As pessoas levantavam a faixa e passavam do lado do cabo de alta tensão. O que aconteceria se alguém tomasse um choque e morresse?
A culpa seria imputada ao Estado. A culpa não é sempre do Estado, será que as pessoas não tem obrigação de fazer a sua parte nunca? Era tão simples a proposta da faixa: não passe por aqui e você não será eletrocutado. É tão difícil seguir uma regra?
Não ultrapasse o sinal vermelho ou você baterá o carro, não fume perto de um posto de gasolina, ou você o explodirá, não traia, ou você perderá sua namorada ou marido, ou seja lá o que for, não faça xixi numa cerca elétrica ou seu pênis pegará fogo, não mate alguém, ou irá preso (no Brasil essa não vale, se for réu primário você não vai para a cadeia, aqui é direito de todos matar uma pessoa, obrigado, direitos humanos).
Hoje existe um hedonismo selvagem que prega que tudo o que dá prazer deve ser feito. Não é tudo o que te faz bem, mas tudo o que te dá prazer. Assim, se algo te faz mal, mas te dá prazer, deve ser feito. Esse é o espírito da coisa quando as pessoas são inconseqüentes e enveredam para o mundo das drogas. É algo que faz mal, que vai matar a pessoa, mas em nome de se gozar a vida ao máximo, de ser ousado e de não ligar para regras e de ser livre...
...a pessoa se torna escravo. Escravos das drogas, escravos do álcool, escravos do cigarro, e de todo o tipo de vícios.
As regras foram feitas para nos proteger. Antes dos anos vinte, quando não existia o fascismo, como a esquerda chamava tudo aquilo com que ela não concordava? Lembrei, burguês. Desculpem-me, anarquistas, pós-modernos ou seja lá o que forem, mas regras foram feitas para serem seguidas e se forem feitas por autoridades legítimas ou se tiverem algum sentido nós devemos sim cumpri-las. Se você discorda meta a mão no cabo de alta tensão, garanto que o mundo será melhor se você fizer isso.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

O STF e os fariseus


Os fariseus foram uma das facções que na época de Jesus disputavam a hegemonia político-religiosa na palestina. A origem do grupo foi a resistência à opressão de reis helenísticos que tentaram implantar o paganismo grego na região e perseguiam os que mantinham a fé judaica monoteísta e sua práticas religiosas. De “heróis da resistência” os fariseus passaram a ser defensores de uma religiosidade exteriorizada, com ênfase nas regras e não no que estas representavam. Esqueceu-se do espírito das leis e passou-se a observar apenas a lei em si, como se o simples cumprimento cego de um ordenamento descontextualizado fosse o objetivo e não o meio da religião judaica. Não foi, pois, à toa que os fariseus foram o grupo que mais ataques sofreu por parte de Jesus, que dentre outros adjetivos usou “raça de víboras”. A busca pela forma e não pela essência irritava o messias.
A tentação pelo farisaísmo sempre foi uma constante entre os membros do judiciário. Ministros, juízes, e advogados muitas vezes evitam a justiça em prol das leis, que deveriam ser o meio para se conquistar essa mesma justiça e não a grande finalidade do sistema judiciário.
O princípio da segurança jurídica deveria servir para impedir que cidadãos de bem fossem acossados por um Estado autoritário, mas ao invés disso serve para preservar direitos, bens e liberdades daqueles que pilham o erário, quebram as leis e debocham do povo.
Esse é um país onde se soltam bandidos no natal para aterrorizar pessoas de bem, onde os adolescentes protegidos são os malfeitores e não os adolescentes vítimas, onde banqueiros que fraudam o sistema financeiro são inocentados e onde políticos que roubam e são pegos não vão pra trás das grades. Enganam-se quem pensa que só os ricos saem livres, a impunidade está presente de cima a baixo. Esse é o país da impunidade e o ser honesto é o grande crime. Nesse país onde criminosos se escondem por trás de leis que foram feitas para os proteger, onde os fariseus há muito se esqueceram qual é o espíritos da lei e da justiça, ser honesto não é mais uma obrigação. Na verdade, o honesto tem outro nome: otário. Nesse país quem cumpre a lei e ama a o andar corretamente é tido como o responsável pela sua própria ruína. Se um carro é roubado a culpa é do dono que foi imprudente e não do bandido, que provavelmente já foi preso outras vezes, mas foi solto, porque como sabemos os direitos a serem respeitados são os do bandido e não o seu ou o meu.
Nesse contexto de banalização da desonestidade, corrupção, assassinato, estupro e todo tipo de ilegalidade e imoralidade que se encontra nesse país adormecido, existe a possibilidade que deveria ser inimaginável de certos políticos que deveriam estar atrás das grades poderem se candidatar a cargos eletivos.
A tese é que a lei da ficha suja não vale para essas eleições e que a lei não retroage para prejudicar ninguém, mas apenas para favorecer. Entendamos bem o caso. No momento em que a lei deixou de ameaçar certas autoridades poderosas ela passou a ser respeitada. Enquanto a lei serviu para colocar na cadeia pessoas que são acusadas de crimes eleitorais, de desvio de dinheiro, de má gestão, de falsidade ideológica, de roubo de cargas, de estelionato e de tantas outras sujeiradas não se viu empenho em cumpri-la. Agora, porém que há a possibilidade de que esses inimigos da República e do povo brasileiro saiam tão impunes quanto entraram a lei pode não ser cumprida a risca. É claro, a parte que os beneficie apenas. Não a parte do “não roube”, mas apenas a parte do “a lei só vale para o próximo pleito”. E adivinhem porque isso? Porque existem ministros do STF que conseguem conceber o inconcebível, que a lei deve proteger quem destrói e pilha o país. A mesma lei que não foi aplicada na hora de punir pode ser aplicada na hora de inocentar o culpado. Essa é a interpretação de alguns dos doutores da lei, que em tanto se assemelham aos fariseus por ignorarem totalmente a essência em detrimento da forma.
É triste ver que certos ministros do STF coincidentemente estão sempre do lado dos bandidos. Sempre votando pelo habeas corpus de conhecidos contraventores e que por inúmeras razões sempre dão acolhida a argumentos de notórios criminosos. Esperemos que haja justiça divina, pois aqui na terra nem sempre as expectativas são boas. Já os céus, por outro lado, não gostam de fariseus e nem daqueles que por estes são inocentados. Que o STF nos surpreenda e revele que é mais apegado a justiça que é a essência do que ao legalismo formal que deveria ser o meio para se alcançar o fim, mas tornou-se a disfunção do judiciário. Viva a justiça, abaixo os fariseus do judiciário.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Imigração e xenofobia


Quando era mais jovem, tinha convicções tão fortes que tinha certeza de que nunca mudaria de idéia. Percebo hoje que é possível mudar de idéia, trocar de posição e mesmo assim continuar sendo uma pessoa coerente. Mudar de idéia é saudável, se for motivado por uma renovação da nossa mente baseada em novas informações ou novos pontos de vista. É bem diferente de quem muda de idéia por que lhe é conveniente, como é o caso de políticos que vestem novas máscaras de acordo com a conjuntura.
No caso concreto que colocarei aqui se trata de uma revisão da minha opinião, ao mesmo tempo que de um ponto de vista polêmico. Não polêmico em si, mas polêmico por que o autor dessa opinião provém do sul do planeta e não do norte. Vamos direto ao ponto.
Imigração e xenofobia. Não é um assunto tão simples e não encontrará uma resposta definitiva, nem nesse texto e nem em outro qualquer. Como não vou concorrer a um posto eletivo posso colocar minha opinião sincera e conclamo os que discordarem de mim de educadamente postarem no meu blog, esse é um espaço onde o autor ama a liberdade.
A xenofobia é justificável? Estamos acostumados a respostas fáceis que exaltam a diversidade cultural, étnica e a liberdade de ir e vir. Todos esses valores são legítimos e defensáveis, mas, paradoxalmente, servem para muitas vezes permitirem a entrada nos países ocidentais de populações que não partilham desses valores que os permitiram migrar. Esse artigo não trata de defender a xenofobia, mas de admitir que a resposta não é tão fácil assim.
Cada dia que passa o islã cresce na Europa. É fácil para latino-americanos como nós ignorarmos as conseqüências dessa migração, pois o nosso hemisfério não passa por tal processo. É o único lugar da terra onde o islã não cresce muito, embora cresça.
Recentemente, em um discurso sobre a imigração não só muçulmana, mas de todo o mundo, na Nova Zelândia, o primeiro ministro do país insular argumentou que os imigrantes que para lá iam, incluindo latino-americanos, tentavam muitas vezes impor seus costumes e não aprendiam a língua local. Muitos reclamavam de crucifixos nas paredes, da comida e da língua inglesa. Coerentemente o primeiro ministro declarou que quem quisesse ficar no país deveria, não perder a identidade, mas respeitar a cultura dos antigos habitantes. Antes de continuar quero colocar que não ignoro o fato de os ingleses terem invadido a Oceania e não respeitado os costumes dos aborígenes. Como foi dito, esse tema é espinhoso e seria agir de má fé crer que exista um entendimento absoluto sobre ele ou encontrar alguém que esteja inteiramente com a razão.
Se no meu país viesse uma leva de pessoas com uma cultura diferente da minha eu também ficaria alarmado. Não nos esqueçamos que aconteceu em nossa história de leis proibirem ou inibir a imigração para nosso país quando o número de estrangeiros pareceu alto o suficiente para os nossos avós.
Que fique bem claro que não estou defendendo atividades violentas ou grupos neonazistas, mas apesar da existência desses grupos extremistas, a restrição a migração não é tão sem sentido assim.
Pensemos por exemplo no que acontecerá quando a França tiver mais muçulmanos do que agnósticos (eles não são mais cristãos). Pensemos numa França islâmica e com armas nucleares. Parece alarmista demais, mas será realidade em três décadas. Posso estar enganado e espero estar, mas não quero ver o país que nos legou a revolução francesa ser atingido por uma revolução aos moldes da iraniana. Que o ocidente está em acelerada decadência não é mistério para ninguém e eu, particularmente não estou chorando por eles, mas compreendo-os no sentido de que se minha cultura corresse o risco de desaparecer eu também tentaria evitar. Com baixíssimas taxas de natalidade os europeus estão perdendo essa verdadeira jihad demográfica. Que bom que não somos nós a entrar em declínio.
Para finalizar pensemos em quão contraditório é que grupos libertários ocidentais defendam a migração de grupos conservadores que irão destruir as próprias idéias liberais que os albergaram. Muitos dos novos pensadores libertários estão incluindo a xenofobia na sua carteira de idéias. Mundo estranho esse!!!

terça-feira, 29 de junho de 2010

Internet, Opinião e cala a boca Galvão



É pacífico que a internet revolucionou o mundo. Nenhum pensador sério ousa discordar disso. Essa revolução causada pelo desenvolvimento de mais essa tecnologia está presente em várias esferas. Dentre essas esferas podemos citar a acadêmica, no sentido de tornar artigos de universidades acessíveis a todos, o comércio (e-commerce), o correio eletrônico e outras não tão nobres como a proliferação da pornografia e particularmente da criminosa pedofilia.
Dentre essas muitas mudanças que a internet trouxe, uma se faz especialmente sentida, a quebra do monopólio da Televisão sobre as opiniões. Na verdade nunca existiu um tal monopólio, mas a rainha TV sempre precisou disputar com jornais, revistas, livros, universidades, escolas, igrejas e com a própria opinião das pessoas. O que chama a atenção, no entanto é que em uma disputa entre a TV e a internet podemos vislumbrar derrotas da primeira, algo impensável até pouco tempo atrás.
Todos sabemos que para a consolidação da democracia, se faz necessário, dentre outros requisitos, o exercício da liberdade de pensamento e de expressão. Nesse sentido a TV, assim como outros ramos da mídia tem papel paradoxal. Ao mesmo tempo em que exerce seu direito expondo sua opinião (a dos repórteres, autores de seriados e novelas e, é claro, os donos e acionistas das emissoras), a imprensa livre também passa como um trator pela opinião dos que não tem meios para expressa-la. Seria ingênuo acreditar que apenas cérebro e boca são indispensáveis para que uma idéia seja apresentada e ouvida por outros.
Assim sendo, tira-se do Estado o monopólio do pensamento, da verdade e também da opinião e o entrega aos conglomerados da comunicação. O que a internet tem feito, e isso tem irritado muito aos velhos “senhores da opinião”, é justamente abrir canais para que outros possam ser ouvidos. Nesse sentido, existem sites, blogs, twitter e outros.
É aqui que entra o caso “cala a boca Galvão”. Todos sabem que a Rede Globo tem por tradição exercer o domínio ou até mesmo o monopólio sobre as informações que chegam aos brasileiros. Depois de o grupo O Globo, seja na figura do jornal O Globo ou da temida e admirada Rede Globo de Televisão, ser contra a política de industrialização de Getúlio Vargas, da construção de Brasília, a favor da ditadura militar e da eleição de Collor, e de ser corresponsável por tantos outros disparates, a emissora ficou conhecida como poderosa demais para ser vencida.
Aconteceu, no entanto, que após uma queda de braço com o técnico da seleção, Dunga, houve mais uma queda de prestígio da emissora. Lançada nacional, e o que é mais espantoso, internacionalmente, por twitteiros brasileiros, a campanha “cala a boca Galvão” rodou o mundo todo, mostrando que o país não agüenta mais esse monopólio da narração esportiva por esse que é um dos “queridinhos” da Globo. Quando apareceram os meios, as vozes discordantes falaram tão alto que foi impossível não se ouvir o clamor.
O que a queda de braço, referida acima, com Dunga trouxe não foi a campanha “cala a boca Galvão”, mas o novo “cala a boca Tadeu Schmidt”. As duas espontâneas campanhas dos twitteiros mostraram que existe uma grande oposição a ditadura do pensamento que a emissora exerce em nosso país e foi justamente a internet que deu os meios para que ela acontecesse. É como se de repente todos dissessem, “então não é só eu que pensa assim!”.
Apenas para relembrar o ocorrido, Dunga se negou a dar tratamento preferencial aos repórteres da Rede Globo e por isso foi chamado à atenção em um editorial do Fantástico, no domingo. É pouco provável que Dunga não resistisse à pressão e agisse como boa parte dos demais brasileiros que por covardia, fascínio ou ignorância tratam de ter na bajulação da emissora uma regra de vida. Independente da coragem do nosso técnico o que ficou patente é que nem todo o nosso povo é amorfo, hedonista e blasé e se revoltou quando teve meios para isso. O “cala a boca Galvão” e o “cala a boca Tadeu Schimdt” também deve ser interpretado como um “cala a boca Rede Globo”.