quinta-feira, 23 de abril de 2009

O STF


O que está acontecendo? Em que mundo nosso ministros do STF vivem? O problema de quem é poderoso demais é que eles se enchem de bajuladores que não contam a eles o que as pessoas realmente pensam. Já vivemos tempos em que o judiciário era conhecido como o poder mais honesto, mais justo, mais isento. Certamente tais tempos viraram história. É com indignação que recebo a terrível notícia de que 8 dos 11 ministros do STF apoiaram Gilmar Mendes contra Joaquim Barbosa na sessão plenária de 22/04/2009. Essa geração vai ter o mérito de enterrar o bom nome que a bicentenária instituição até agora gozava. Ministros, em que mundo vocês vivem?!!! Nos respeitem! Eu os admirava, mas isso também é história. Na última vez que eu disse que o judiciário era o poder mais integro de nossa república para meus alunos eles riram; e sabe, foi a última vez que eu disse isso. Eu gostaria muito de usar argumentos racionais para justificar tudo isso, mas chega um momento na vida de um homem que ele precisa deixar a razão de lado e bufar. Estou bufando, não consigo parar de escrever, não consigo parar para pensar. Minha indignação tomou conta de mim. Judiciário, saiba, podemos não ter o povo mais politizado do mundo, mas certamente nosso povo não é o mesmo e tais atitudes não vão voltar vazias.

sábado, 18 de abril de 2009

Mente aberta


Uma coisa que ouço muito é que precisamos ter a mente aberta. Outra coisa que ouço muito é que a verdade não existe. Quem fala esse tipo de coisa são pessoas que tem um pensamento pós-moderno. O que seria isso. vamos ao primeiro ponto, a importância da mente aberta. Uma pessoa liberal (de costumes), um moderninho, vê um conservador como alguém de mentalidade tacanha, uma pessoa de mente FECHADA. Por que mente fechada? Porque sua mente se limita a certas condutas e pensamentos. vamos concretizar isso. "A", conservador, acha errado o casamento gay. "A" não consegue de jeito nenhum ver a possibilidade de um casamento gay ser correto. Por isso "A" tem a mente fechada. Já "B" acha o casamento gay correto. "B" tem a mente aberta para isso. Então "B" tem a mente aberta. Porém "B" não consegue aceitar a idéia de "A", ela é inaceitável a "B". Isso significa que "B" não está aberto a todas as idéias e a todas as pessoas, mas apenas àqueles que concordam com ele. Isso significa que "B" é um falso relativista e tem a mente tão fechada quanto "A", mas acreditando no extremo oposto.
Já sobre a inexistência da verdade, vamos lá. "A verdade não existe". É verdade que a verdade não existe? Se for verdade que a verdade não existe, então essa frase é verdade e se é verdade a verdade existe, então a verdade não existe. Por outro lado, se for mentira que a verdade não existe, então ela existe. Ou seja, a frase " a verdade não existe é inconsistente em si mesma, é um tiro no pé.
O que podemos tirar disso tudo? Esse relativismo pós-moderno tem uma lógica autofágica. vamos dar um exemplo: Viva a diversidade! Viva o diferente! Viva o índio, as lavadeiras do jequitinhonha, a Lésbica, o punk, o praticante de religiões afro-brasileiras. Viva! E aquele que não é o diferente? Abaixo o homem heterossexual cristão. Como assim? isso não é uma forma de exclusão? de excluir o incluído? vamos discriminar o "igual", o sujeito. Isso pode, só não pode discriminar o diferente. Mas espere um pouco, então não é proibido discriminar, discriminar não é feio. É feio discriminar apenas o diferente, o que não for diferente deve ser discriminado.
Quando o que era fraco torna-se forte ele destróia o que outrora era forte e então torna-se aquilo que tanto detestou: o explorador.
Nasceu a ditadura do diferente. Se em uma peça de teatro uma mulher for cruxificada nua é liberdade de expressão, já se uma imagem de candomblé for destruída é desrespeito a religiões afro-brasileiras. Quem pensa assim vê a realidade de duas formas: na primeira ele diz vamos CHOCAR esses conservadores e na segunda ele diz como alguém pode ser tão insensível de desrespeitar as crenças alheias. O que isso quer dizer? Que para os liberais algumas crenças podem ser feridas e outras não. Se você for um "diferente" parabéns, seus valores, suas crenças, sua identidade e seus sentimentos podem ser respeitados, mas se você for um "igual" você merece ser chocado e ter suas crenças, sua identidade e seus valores desrespeitados.
Desculpe, eu não aceito isso!

sábado, 11 de abril de 2009

O povo e a política


A política e o povo combinam? Ou deve-se perguntar: É importante a participação popular na vida pública? Para todos que acreditam na democracia a resposta é óbvia, sim. A democracia vai muito além do voto, embora essa seja a expressão máxima do desejo popular. Expressão máxima, mas não a única. Para o bem da democracia o povo que escolhe seus representantes deve ser o mesmo que os monitora. Não basta votar, devemos fiscalizar e não basta fiscalizar, devemos punir os maus políticos, primeiro com nossa desprovação através de e-mails e protestos e depois com a derrota destes nas urnas.
Muito se tem questionado no Brasil sobre a qualidade da classe polítíca, mas e quanto a qualidade do eleitorado brasileiro, já foi questionada? Se nós, o povo, continuarmos a culpar os políticos por todos os males do país, teremos sempre uma razão para sermos como somos. Ou mudamos o povo, por que somos o próprio povo, ou não mudaremos o nosso destino. O nosso destino está nessa mudança. Enquanto os brasileiros souberem quem venceu o Big Brother e não souberem quem é o presidente do Senado, Câmara ou STF, não poderemos culpar os políticos por gerenciarem tão mal os negócios públicos, que nós neglicenciamos primeiro.
O povo quis(emos) o poder, mas com o poder sempre vem responsabilidade.