quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Imigração e xenofobia


Quando era mais jovem, tinha convicções tão fortes que tinha certeza de que nunca mudaria de idéia. Percebo hoje que é possível mudar de idéia, trocar de posição e mesmo assim continuar sendo uma pessoa coerente. Mudar de idéia é saudável, se for motivado por uma renovação da nossa mente baseada em novas informações ou novos pontos de vista. É bem diferente de quem muda de idéia por que lhe é conveniente, como é o caso de políticos que vestem novas máscaras de acordo com a conjuntura.
No caso concreto que colocarei aqui se trata de uma revisão da minha opinião, ao mesmo tempo que de um ponto de vista polêmico. Não polêmico em si, mas polêmico por que o autor dessa opinião provém do sul do planeta e não do norte. Vamos direto ao ponto.
Imigração e xenofobia. Não é um assunto tão simples e não encontrará uma resposta definitiva, nem nesse texto e nem em outro qualquer. Como não vou concorrer a um posto eletivo posso colocar minha opinião sincera e conclamo os que discordarem de mim de educadamente postarem no meu blog, esse é um espaço onde o autor ama a liberdade.
A xenofobia é justificável? Estamos acostumados a respostas fáceis que exaltam a diversidade cultural, étnica e a liberdade de ir e vir. Todos esses valores são legítimos e defensáveis, mas, paradoxalmente, servem para muitas vezes permitirem a entrada nos países ocidentais de populações que não partilham desses valores que os permitiram migrar. Esse artigo não trata de defender a xenofobia, mas de admitir que a resposta não é tão fácil assim.
Cada dia que passa o islã cresce na Europa. É fácil para latino-americanos como nós ignorarmos as conseqüências dessa migração, pois o nosso hemisfério não passa por tal processo. É o único lugar da terra onde o islã não cresce muito, embora cresça.
Recentemente, em um discurso sobre a imigração não só muçulmana, mas de todo o mundo, na Nova Zelândia, o primeiro ministro do país insular argumentou que os imigrantes que para lá iam, incluindo latino-americanos, tentavam muitas vezes impor seus costumes e não aprendiam a língua local. Muitos reclamavam de crucifixos nas paredes, da comida e da língua inglesa. Coerentemente o primeiro ministro declarou que quem quisesse ficar no país deveria, não perder a identidade, mas respeitar a cultura dos antigos habitantes. Antes de continuar quero colocar que não ignoro o fato de os ingleses terem invadido a Oceania e não respeitado os costumes dos aborígenes. Como foi dito, esse tema é espinhoso e seria agir de má fé crer que exista um entendimento absoluto sobre ele ou encontrar alguém que esteja inteiramente com a razão.
Se no meu país viesse uma leva de pessoas com uma cultura diferente da minha eu também ficaria alarmado. Não nos esqueçamos que aconteceu em nossa história de leis proibirem ou inibir a imigração para nosso país quando o número de estrangeiros pareceu alto o suficiente para os nossos avós.
Que fique bem claro que não estou defendendo atividades violentas ou grupos neonazistas, mas apesar da existência desses grupos extremistas, a restrição a migração não é tão sem sentido assim.
Pensemos por exemplo no que acontecerá quando a França tiver mais muçulmanos do que agnósticos (eles não são mais cristãos). Pensemos numa França islâmica e com armas nucleares. Parece alarmista demais, mas será realidade em três décadas. Posso estar enganado e espero estar, mas não quero ver o país que nos legou a revolução francesa ser atingido por uma revolução aos moldes da iraniana. Que o ocidente está em acelerada decadência não é mistério para ninguém e eu, particularmente não estou chorando por eles, mas compreendo-os no sentido de que se minha cultura corresse o risco de desaparecer eu também tentaria evitar. Com baixíssimas taxas de natalidade os europeus estão perdendo essa verdadeira jihad demográfica. Que bom que não somos nós a entrar em declínio.
Para finalizar pensemos em quão contraditório é que grupos libertários ocidentais defendam a migração de grupos conservadores que irão destruir as próprias idéias liberais que os albergaram. Muitos dos novos pensadores libertários estão incluindo a xenofobia na sua carteira de idéias. Mundo estranho esse!!!