domingo, 17 de maio de 2009

O papel das Elites no destino do Brasil


Em meados do século XX surgiu no cenário intelectual uma interessante teoria que discordava da visão marxista de uma luta simplista entre proletariado e burguesia, era a teoria das elites. Segunda essa teoria, aqui apresentada bem superficialmente, não havia uma elite monolítica, mas várias e de naturezas distintas. Elites militares, comerciantes, financeiras, políticas e outras configuravam o modelo.
No Brasil percebe-se que além de existirem várias elites elas nem sempre tinham os mesmos interesses. Vejamos um caso em particular que divide opiniões, o nacionalismo.
Em vários momentos da história política do país tivemos movimentos nacionalistas, ou simplesmente nativistas, que tentaram fazer dos interesses dos locais mais audíveis do que os dos estrangeiros. Na colônia existiu o famoso caso da inconfidência mineira, no império houve a questão Christe, já na República o movimento o petróleo é nosso, a criação das estatais, a busca por investimentos externos de JK, o tropicalismo dos anos setenta e não nos esqueçamos também de citar os fascistas tupiniquins integralistas, que bem ou mal eram nacionalistas.
Apesar de todos esses exemplos é muito mais comum lembrarmos dos entreguistas, termo atualmente caindo em desuso, mas que acho mais leve que o de traidores. Mas do outro lado os nacionalistas são genericamente chamodos de facistas, não nos esqueçamos.
Tivemos entre os entreguistas o nosso judas, Joaquim Silvério dos Reis, os sabotadores de Mauá, a UDN e atualmente o PSDB. Não incluo o Democratas como novos entreguistas porque em minha opinião eles sempre estiveram presentes na forma da elite nordestina colonial. O DEM não nasceu da derrota eleitoral de 2006 do PFL, mas sim do espírito vil que agita aqueles que são tão valentes frente ao povo e tão covardes frente aos estrangeiros. Como podemos ser uma potência regional ou até mundial se a maior parte das nossas elites ao invés de andar ou correr para o futuro rastejam diante de normas ditadas no exterior?
Esqueçamos o anacrônico coronelismo do DEM, e vejamos quem realmente pode tomar o poder e acabar como nossas aspirações a algum lugar de importância, o PSDB. O PSDB pode ser tudo, menos uma social democracia. A social democracia buscava o welfare state, estado de bem estar social e lutava contra o neoliberalismo. Não é preciso lembrar a posição dos tucanos em relação a tal tema. Como podemos aspirar a condição de potência se nossos dirigentes não assumem o papel do Brasil como líder mundial, mas se contentam com o ser um estado servil? Não é só o povo que precisa mudar, nossas elites precisam largar o entreguismo. O período colonial terminou, mas nossas elites coloniais continuam fazendo o que fazem de melhor: servir a metrópole, seja ela qual for.

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