sábado, 18 de abril de 2009
Mente aberta
Uma coisa que ouço muito é que precisamos ter a mente aberta. Outra coisa que ouço muito é que a verdade não existe. Quem fala esse tipo de coisa são pessoas que tem um pensamento pós-moderno. O que seria isso. vamos ao primeiro ponto, a importância da mente aberta. Uma pessoa liberal (de costumes), um moderninho, vê um conservador como alguém de mentalidade tacanha, uma pessoa de mente FECHADA. Por que mente fechada? Porque sua mente se limita a certas condutas e pensamentos. vamos concretizar isso. "A", conservador, acha errado o casamento gay. "A" não consegue de jeito nenhum ver a possibilidade de um casamento gay ser correto. Por isso "A" tem a mente fechada. Já "B" acha o casamento gay correto. "B" tem a mente aberta para isso. Então "B" tem a mente aberta. Porém "B" não consegue aceitar a idéia de "A", ela é inaceitável a "B". Isso significa que "B" não está aberto a todas as idéias e a todas as pessoas, mas apenas àqueles que concordam com ele. Isso significa que "B" é um falso relativista e tem a mente tão fechada quanto "A", mas acreditando no extremo oposto.
Já sobre a inexistência da verdade, vamos lá. "A verdade não existe". É verdade que a verdade não existe? Se for verdade que a verdade não existe, então essa frase é verdade e se é verdade a verdade existe, então a verdade não existe. Por outro lado, se for mentira que a verdade não existe, então ela existe. Ou seja, a frase " a verdade não existe é inconsistente em si mesma, é um tiro no pé.
O que podemos tirar disso tudo? Esse relativismo pós-moderno tem uma lógica autofágica. vamos dar um exemplo: Viva a diversidade! Viva o diferente! Viva o índio, as lavadeiras do jequitinhonha, a Lésbica, o punk, o praticante de religiões afro-brasileiras. Viva! E aquele que não é o diferente? Abaixo o homem heterossexual cristão. Como assim? isso não é uma forma de exclusão? de excluir o incluído? vamos discriminar o "igual", o sujeito. Isso pode, só não pode discriminar o diferente. Mas espere um pouco, então não é proibido discriminar, discriminar não é feio. É feio discriminar apenas o diferente, o que não for diferente deve ser discriminado.
Quando o que era fraco torna-se forte ele destróia o que outrora era forte e então torna-se aquilo que tanto detestou: o explorador.
Nasceu a ditadura do diferente. Se em uma peça de teatro uma mulher for cruxificada nua é liberdade de expressão, já se uma imagem de candomblé for destruída é desrespeito a religiões afro-brasileiras. Quem pensa assim vê a realidade de duas formas: na primeira ele diz vamos CHOCAR esses conservadores e na segunda ele diz como alguém pode ser tão insensível de desrespeitar as crenças alheias. O que isso quer dizer? Que para os liberais algumas crenças podem ser feridas e outras não. Se você for um "diferente" parabéns, seus valores, suas crenças, sua identidade e seus sentimentos podem ser respeitados, mas se você for um "igual" você merece ser chocado e ter suas crenças, sua identidade e seus valores desrespeitados.
Desculpe, eu não aceito isso!
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Gustavo, seguindo a linha do seu raciocício, concordo discordando de você. Certamente a categorização idiota das pessoas em "conservador" e "liberal" pouco acrescenta à qualquer tipo de discussão. Porém uma pessoa pode não simpatizar com os homosexuais, por exemplo, e nem por isso é necessário atuar contra seus direitos de cidadãos. É possível ser "conservador" e "liberal" ao mesmo tempo. O que você critica não é uma visão de mundo mediana, mas os extremos. E todo extremo é perigoso. Certamente o excessivo relativismo é tão patético quanto o excessivo conservadorismo. Um peca pela ausência de critérios, o outro pelo excesso. Nem tudo é relativo e nem tudo é verdade. Nem Marx, nem Maffesoli!
ResponderExcluirOs termos que parecem estar no centro deste debate são "respeito e tolerância".
Já discutimos muito esse tema bem recorrente no meio ambiente universitário. Concordo plenamente com a conclusão do leitor anterior, pois não suporto essa opressão em sentido negativo, algo maniqueísta, típico de algo que precise se auto-afirmar. Típico exemplo de esquerdinha festiva, anarquia corporation e derivados do libertarismo opressor.
ResponderExcluirRealmente, posso até discordar dos seus pontos de vista, mas devo ouvi-lo o tanto quanto gostaria de ser escutado. Eu mesmo simpatizo com algumas coisas pós-modernas, mas analiso com critério para não me tornar apenas mais um nesse rebanho de novidades. De outra parte, gosto de descobrir dialeticamente o que o tradicional tem a acrescentar..Coisas pós-modernas são legais. Coisas tradicionais também. Ou não!