quarta-feira, 23 de setembro de 2009
Candidatura: José Serra
Começo aqui uma série de artigos sobre possíveis estratégias e problemas reais de candidaturas viáveis às eleições presidenciais de 2010. Começaremos com José Serra, prefeito de São Paulo e candidato com maior porcentagem de intensão de votos atualmente (setembro de 2009). O candidato José Serra tem desafios e vantagens em uma possível disputa pelo planalto. Vejamos os desafios. O primeiro desafio que o governador de São Paulo enfrenta é interno: Aécio Neves. Há uma certa áurea mística no governador de Minas Gerais, um quê de Midas, parece que tudo o que ele toca vira ouro. Dentre todos os candidatos Aécio é aquele que consegue um maior espectro político de apoio numa empreitada ao planalto. Direita, centro e esquerda possuem quadros que apoiariam o neto de Tancredo. O grande problema do candidato mineiro é que fora do centro-sul seu nome não é muito conhecido. Embora os palanques de que disporiam Aécio fossem muitos não se sabe se o tempo de que dispõe seria suficiente para ser conhecido em todo o país. Nas eleições de 2006 o PSBD trocou a forte candidatura de Serra pela de Alkimin, na crença de que com o Horário Eleitoral gratuito o tucano emplacaria. Não emplacou, apesar do recente (2005) escândalo do mensalão. Talvez o PSDB não tente ousar dessa vez, trocando um candidato tão na frente (Serra) por uma “boa possibilidade” (Aécio). Vencendo Aécio, este deve ser incorporado a campanha. Como admoestava Kissinger, ex-secretário de Estado norte-americano, os inimigos vencidos deveme ser integrados e não marginalizados. Vencido esse desafio interno, Serra precisa se concentrar em propostas. Uma campanha que se centrar em ataques a figura do Presidente Lula será um tiro no pé, visto que sua popularidade alcança níveis estratosféricos. A atual administração deve ser simplesmente ignorada, como se não existisse. Nem ataques, nem elogios. Serra precisa ter a sabedoria de perceber que seus inimigos são Dilma e Ciro e não Lula. No momento, Ciro sobe nas pesquisas e Dilma retrocede. O maior beneficiado com isso é Serra, pois a tendência de Ciro e Dilma é lutarem pelo segundo lugar e talvez até dar ao paulistano momentos de fôlego, que devem ser aproveitados. Se há um momento em que Serra deve apresentar propostas claras para o país é esse. Enquanto Ciro e Dilma se matam e se ofendem pelo segundo lugar, Serra pode se mostrar um candidato acima do “bem e do mal” que tem um projeto de Brasil. Mas e que projeto será esse? Lula venceu as eleições de 2002 com um discurso moderado e quando tomou o poder manteve muitos dos avanços de FHC. Serra também deverá mostrar ao povo brasileiro que não é anti-lula e que não vai destruir tudo o que foi feito nesses oito anos. Se conseguiur ter sua imagem dissociada de FHC e do neoliberalismo com suas vendas de estatais e leilões suspeitos, Serra pode passar a imagem de um governante de centro. O que o povo brasileiro parece estar buscando. Assim, Serra precisa mostrar que não é a volta de FHC ou o fim de Lula, mas que representa um novo caminho sem jogar fora o que deu certo.
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